domingo, 4 de outubro de 2009

A vaidade masculina e a mulher-presunto


Ontem era aniversário de uma amiga que juntou os amigos num restaurante vegetariano escondidinho numa vila da Tonelero, em Copacabana. Sentei-me ao lado de um simpático casal, ele de seus cinquenta, brasileiro com sotaque português de tanto morar por aquelas paragens e ela também cinquentona e muito bem apanhada, feliz da vida com o namorado novo. Por isso mesmo falou-se da dificuldade das damas locais de 40 ou mais, diante da carência de machos elegíveis e a exigência do "mercado" de que a mulher não aparente sua idade após os entrar nos enta... Será mesmo que os cariocas (nem vou dizer brasileiros pra não generalizar)não dão pelota pras maduras? Outro dia gravei um mini video bem humorado sobre este assunto, taí lá no youtube quem quizer conferir (leonora curso). Estávamos à vontade falando sobre o assunto pois o cavalheiro muito amável, que parece ter se beneficiado dos bons modos europeus, também opinava em favor da mais valia do sexo feminino, pra sorte da namorada dele, claro.

Comentou-se também que o gosto dos cariocas pela beleza feminina mudou bastante nas últimas duas décadas, aliás, deturpou-se, pois beleza agora não é mais uma morena curvilínea e sensual, mas uma tal mulher morango, melancia, jaca, criaturas oxigenadas com muito silicone nos peitos, marombadas feito jogador de futebol e com coxas iguais a um presunto Tender, ou lembrando aquele das terras Lusitanas, o Pata Negra. Também a barriga alimentada por fast-food e cerveja substituiu a antiga cintura das cariocas, corajosos pneus prensados entre blusinhas curtas e calças de cós baixíssimo, tudo bem colado ao corpo, pois as damas (damas?) só se fazem perceber quando vestidas assim, arroxadas em lycras e suplex colados nos músculos e adiposidades que agora são sinônimos de nossa boniteza...

Como sempre faço nestas reuniões, saquei o caderninho de caricatura e pus-me a rabiscar. Faço isso desde menina e as pessoas costumam gostar e pedem pra levar. Um sujeito aproximou-se dizendo que me conhecia de algum lugar e enquanto tentava identificar de onde fiz-lhe o desenho e ofereci. Pasmem, ele reclamou disto e daquilo e finalmente levantou-se injuriado, dizendo "você devia tentar ver o lado bom das pessoas, preste atenção no que estou lhe dizendo..." É mole? E foi queixar-se a outro colega!!! O cidadão faz parte dessas comunidades religiosas ou espirituais que nunca vi elevarem o espírito de ninguém! O que seria um gesto amável, foi interpretado como ofensa pelo coleguinha! Vaidade? Sei lá.

Mas tenho percebido os homens de hoje assim, vaidosos. Interessam-se menos pelas mulheres - os que ainda gostam de mulheres, claro - que pelo espelho... Cabelos pintados de acaju para os cinquentões, sobrancelhas de hena depiladas e espalhafatosos brincos de strass para os mais jovens, uma piada. Estão fragilíssimos, precisam ser aprovados e sentir-se atraentes. Os homens estão mimados! Eles são minoria (será mesmo?), aves em extinção (jura?), quem sabe magoados pela independência feminina recém adquirida. Mas as cariocas não se independeram, elas estão se exibindo nestes modelitos arrochados por carência! Nós deixamos de ser "as mais bem despidas" pois nunca fomos vem vestidas como as Parisienses, apesar de que éramos espontâneas e não precisávamos de mutos artifícios pra ressaltar nossos encantos naturais. Pois agora estamos perfeitamente vulgares! Tudo pra chamar a atenção de uns tantos machos e ter com eles relações fugazes, dividindo-os muitas vezes com outras tantas mulheres. Quanto mais, melhor?

As canadenses e européias que nos visitam costumam comentar que a vida da mulher brasileira é dura...

Talez estejam certas!